Páginas

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Alone I can

Eis que minha mãe, ontem, na soleira da porta, me pergunta: veio sozinha?, e eu respondo: sim, sozinha, porque sempre foi assim, e assim é melhor.
Vim pra casa sozinha, olhei Friends sozinha, pensei sozinha, e mais uma vez percebi, que sim, eu sou bem melhor sozinha. Cresci assim, e foi assim que -não- aprendi. Eu erro, muito, igual a todo mundo. Mas eu me corrijo, me reconstruo, junto meus pedaços. Sempre sozinha.
Não sei quantas vezes já disse que 'sou minha demais, pra ser de alguém', e é isso. Não dá, não consigo. Dividir minha vida com alguém é demais pra mim. É pesado. É isso.
Só consigo se for sozinha. Só sou forte se for sozinha. É como se dividir minhas forças com alguém me destruísse. Dói demais, acaba comigo.
Falta eu, se tiver mais alguém.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Intrínseco

Costumam me dizer que eu falo da minha alma. Que escrevo tão intensamente que é impossível não notar que é sempre sobre mim que falo.
Então, vem um balde de água fria dizendo: você fala demais. Aí, então, reflito: deixo de falar, passo a falar menos ou fico do jeito que estou? n.d.a.
Quando falo, ninguém ouve. Me chamam de louca, de maldosa, de irônica (o que não deixa de ser verdade), me culpam, criticam, julgam. Me fazem sentir a pior pessoa do mundo, mas nunca entendem. Nunca entendem que cada ser tem uma forma natural de se expressar, se defender e de se esconder. Eu me escondo nas palavras. A vida sempre foi tão cruel comigo, que não vejo jeito mais sutil de -não- mostrar essa dor, do que com palavras.
Claro que sei, verdadeiramente, que falar não resolve nada. Alivia, sim. Mas nunca resolve. A dor continua ali, escondida, presa, em um lugar onde nenhuma palavra é capaz de chegar. Palavras são vazias, dispensáveis, mas o que seríamos nós, sem elas? Tão vazios e dispensáveis quanto as mesmas.