Páginas

terça-feira, 31 de julho de 2012

Peso leve



Não sei como pude me enganar por tanto tempo. Pra mim, estava tudo bem, tudo muito bom, em paz, e mal sabia eu que cada vez me deixava levar mais e mais pra baixo. E o pior, por alguém que nunca mereceu nada bom de mim, nem fazia questão de tentar retribuir.
A moral é que nunca devemos fazer algo, esperando retribuição. Eu não fazia, e ainda assim, tentando fazer algo de bom, só recebi tapa na cara. Não me arrependo de nada, cada dia me ensina a sempre confiar em mim e no que julgo ser correto.
Esse foi mais um erro, hoje eu vejo. Vejo o quanto quem via a verdade tentou me dizer, vejo o quanto me afastei de quem eu era, vejo o quanto me sujeitei aos caprichos de uma vida que não era minha. 
Aceitei quieta mais do que deveria, agi como boba mais do que sempre julguei necessário, fiz o bem para quem eu pensava merecer, e hoje estou aqui, olhando pra trás e vendo o quanto eu mudei, desde o dia em que percebi como estava errada.
A paz que sinto hoje, não tem valor que pague. O quanto me sinto leve, descarregada de todo esss energia ruim, essa escuridão que me rondava, não há sorriso que demonstre o suficiente.
A saudade dói, e eu não nego: sinto falta. Mas hoje ela é mínima. Magoou, mas passou. Hoje me sinto leve, em paz, livre do que me puxava pra baixo, clara como o branco ou como a lua, que sempre está presente até nas noites mais sombrias que passamos.

terça-feira, 24 de julho de 2012

idk



Eu leio, leio muito. Certas vezes até demais. Amo ler, desesperadamente. E amo escrever. Mas a parte ruim, é que isso é difícil demais. Vontade não falta, todos os dias. Queria conseguir entrar aqui, nesse espaço, e escrever milhares de linhas por dia, linhas infinitas, assim como a minha vontade. Mas tem aquele vazio, aquela sensação de que não tem nada aqui, dentro de mim, que eu seja capaz de expressar.
Há alguns anos atrás era fácil, qualquer hora do dia ou da noite, estava eu aqui, escrevendo. Poderia ser a pior das histórias, mas eu a tinha. Hoje, venho tentando me entender. Entender pra onde foi, onde se perdeu, em que lugar eu deixei essa capacidade de transformar o que sinto e o que penso em palavras.
Talvez essas linhas que estou escrevendo agora, sentada da minha cama, nem sejam lidas, assim como muitas outras que aqui estão. Isso nunca me importou, e nem me importa agora. A graça muitas vezes não está em ser lida e elogiada, pra mim ela está no simples ato de tocar a mim mesma com minhas próprias palavras. Algumas vezes, pessoas já foram tocadas com elas. Hoje, nem eu consigo mais me ver em companhia das mesmas. 
Pequeno desabafo, e também motivado pela vontade e inspiração de escrever.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Quando um estranho chama

Madrugada de sexta, frio, cobertas, e um sms chega. Tão desnecessário quanto os que nós, juntamente com uns goles de álcool, costumamos enviar. Uma constatação que pra mim, não era novidade. Senti nojo, mas me senti obrigada a responder. Cheguei até a inventar uma mentira (que, quisera eu, fosse verdade). Acho incrível como me afetou, um simples sms. Não que tenha me tocado, que eu tenha sentido saudade ou algo do tipo. Senti apenas raiva, rancor, arrependimento.
Sempre deixei que as pessoas criassem por mim, sentimentos de que nunca fui digna. Pisei em muita gente, sempre fui grossa, sempre deixei que acreditassem só no que eu mostrava de bom, pelo medo de mostrar o que tinha de ruim.
Respondi o sms, na esperança de que não viriam mais em resposta. Tola, eu. Foi realmente pior, não consegui dormir aquela madrugada, com o telefone tocando sem parar.
Talvez a vida esteja certa, em tirar tudo de mim. Esse sms é a prova. Não mereço nada disso, nem o sms ridículo que recebi. Eu sempre estrago tudo, falo demais, tenho atitude de menos.
Mas ninguém se importa, muito menos eu. Vou com o fluxo, e sei que ainda vou receber muitos sms como esse ao longo disso, que costumo chamar de vida. Eu sempre estrago tudo.