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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Oh, solitude



A solidão tem sido como uma grande amiga, talvez a melhor amiga que já tive. Ela faz a saudade parecer mais forte, o silêncio parecer mais intenso, e toma de nós toda a coragem que deveríamos ter para nos afastarmos dela. O vazio que sinto só aumenta a cada dia, e as vezes penso como posso me sentir tão só tendo a mim mesma.
Não que eu me sirva de algo, mesmo que devesse. É essa solidão, ela aparece e resolve ficar por tempo indeterminado mesmo sem ninguém convidar. E assim ficamos, vagando pela casa de pijama, o cabelo sem pentear, dormindo praticamente o dia todo, chorando durante a madrugada e tentando achar algum sentido pra essa amiga se fazer tão presente.
Quando crescemos, imaginamos que tudo vai se resolver, desenhamos nosso futuro de tal forma que nem nos passa pela cabeça que a velha amiga solidão pode vir junto. "Cuidado com o que deseja" parece besteira aos 17, mas com 20 é que realmente vamos entender o sentido dessa frase. É como se não houvesse caminho de volta, pois falta coragem, de verdade.
Fecho os olhos e consigo apenas ouvir aquela voz dizendo: você desejou tudo isso, você fez suas escolhas e chegou até aqui pois era o seu desejo.
Essa é a voz da solidão, que deita ao meu lado todas as noites e anda comigo como uma sombra.
A solidão não vai embora quando quer, é preciso mais do que isso. Podemos passar dias, meses até, procurando em rostos distintos algo que mande a velha amiga embora, mas talvez o remédio esteja dentro de nós mesmos.
Enquanto não encontro tal antídoto, sigo aqui, escrevendo essas linhas na busca incansável pela cura desse silêncio que vem me matando aos poucos. 


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