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quarta-feira, 9 de março de 2011

Florence and Giles

Terminei de ler esse livro ontem, e ainda não consigo formular uma frase completa pra descrevê-lo. Fascinante. Incrível. Enlouquecedor. Genial. 
Florence é uma menina órfã abandonada com seu irmão por seu tio em uma mansão sombria, com isso os dois são criados pelos empregados e Florence é negligenciada da educação por ordens de seu tio. A menina descobre a boblioteca abandonada da mansão e aprende a ler sozinha. Quando seu irmão Giles é enviado à escola ela sente nisso uma ameaça a vida dele e quando ele retorna para casa sente nisso um alívio. Com isso a chegada de um preceptora, a qual descobre seu segredo com os livros e acaba morrendo tragicamente no lago. Outra preceptora chega à mansão e o inferno começa para Florence. Mas nem tudo é que parece.
Florence vê na Srta. Taylor uma bruxa, um demônio, a maior ameaça para a vida de Giles e sua própria paz. Aliada à Theo, um menino bobo que é apaixonado por ela, Florence faz de tudo para desmascarar a nova preceptora e salvar seu irmãozinho das garras da bruxa Taylor.
Minhas conclusões não são diferentes das inúmeras que li na comunidade do orkut. O tio dos irmãos que nunca aparece na verdade é o pai deles se nega a conviver com os filhos, Srta. Taylor é na verdade mãe de Giles, a mesma que Flo viu nas fotos com a cabeça cortada, as fantasias de Florence sobre ver Taylor nos espelhos, ou vê-la sobre a cama de Giles a noite como via uma estranha fazer em seus sonhos, são tudo fruto da imaginação de uma menina psicopata, como se percebe no final do livro com a frieza da guria. Deixar Theo morrer, o modo com ela matou a Srta. Taylor e tudo o que ela conseguiu manter em sua cabeça pra supostamente proteger o irmão é uma forma doentia de mostrar uma menina de 12 anos. Algo que considero genial, é claro.
Assim como li em alguns comentários excesso de conhecimento sem sabedoria é extremamente perigoso, e isso se encaixa perfeitamente para Flo. Ela consegue durante o livro todo enganar o leitor, fazendo-o acreditar em sua inocência, mostrando ao leitor que ela é sim uma menina frágil, que apenas ama os livros e faz de tudo pelo irmão. Doce ilusão, fui mais uma que acreditei na pureza da bela Florence. Daria esse nome a minha filha, de tão perfeita que essa menina é. Fria, extremamente inteligente e calculista. A praga pensou em todos os detalhes sem deixar claro pro leitor que no final ia matar todo mundo, sem mostrar pro leitor que tem problemas psicológicos seríssimos e que nem tudo o que parecia, era realmente.
Florence inventou o seu mundo, criou suas fantasias e seu único problema era achar que estava certa. Ela achava que não seria errado odiar ou até matar para proteger seu inocente e indefeso irmão. Aos olhos de uma criança sofrida isso essa certo. Sua infância foi sofrida sim, e exatamente isso tornou Flo nesse monstro, que nem ela nem eu entendemos. Continuo aqui tentando achar explicações para os devaneios de Florence, e planejando minha vingança por John Harding não explicar ao seu público as lacunas que ele deixou nessa obra incrívelmente surpreendente.

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