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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

To make the things right

Têm sido dias difíceis. Digamos que, de algum modo, me sinto passando por uma fase da vida, que nunca me imaginei passar. Posso estar enganada, mas me sinto crescendo, tendo uma atitude adulta, talvez a primeira da minha vida.
Sempre fui egoísta, pisei nos sentimentos das pessoas, agi como se eu não os tivesse, e vi muita gente sofrer para que eu atingisse meus caprichos. Fui assim por muitos anos, e hoje, para minha grande surpresa, me vejo abrindo mão de um grande desejo, uma grande vontade, pelo bem de alguém.
Dói no peito, mas o sentimento de que não suportaria ver alguém que se gosta sofrer, dói muito mais. É um sentimento nobre, creio eu, esse tal de 'abrir mão', e não busco recompensa por ele. A paz de saber que não farei alguém sofrer por mim, supera qualquer recompensa. Hoje vejo o quanto passei por cima do que as pessoas sentiam, e decidi que não quero mais. Abro mão agora, e sigo minha decisão: já vi lágrimas, e não sou tão forte assim para vê-las caindo por minha causa. Não mais uma vez.



PS: qualquer semelhança com a realidade, pode -ou não- ser mera coincidência

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Keep Calm

Hoje, na busca interna de algo bom para escrever sobre, não achei nada. E é assim que me sinto ultimamente, sem nada. Constantemente, vinha me encontrando em dias e noites que mal achava espaço pra respirar, tantas eram as abobrinhas na minha pequena cabeça.
Mas hoje não. Nem ontem, nem semana passada, e creio que no último mês todo. Nesse mês, eu achei espaço pra viver pra mim, pra olhar pra mim, pra não pensar. Parei um pouquinho pra resolver os meus problemas, e resolvi tanto, que não tenho mais nada pra resolver. Tenho dormido mais, comido menos, e saído menos. Talvez seja culpa do pé, atualmente torcido. Mas tem sido bom assim.
Tenho também, sentido saudade. Saudade de pessoas, de olhares, da cadelinha da minha ex-sogra. Saudade de brigar com quem isso constantemente acontecia, saudade de alguém que conheci há só um mês atrás. Só não tenho sentido saudade de me preocupar, de resolver os problemas de todos ao meu redor, de sempre ter as respostas pra tudo.
E esse agosto, que todos dizem ser o mês do desgosto? Pra mim, foi o melhor dos últimos anos. Daqui uns dias, abandono os dezoito anos. Daqui uns meses, abandono o colégio e o curso de inglês, pra em seguida, ir em busca de algo que há muito tempo eu espero: novidade. Não vou chamar de vida nova, pois prefiro não colocar esperança em algo incerto.
Na verdade, queria agora fazer o mundo perceber que o desgosto no mês de agosto, quem deixa acontecer somos nós. Se todos parassem e notassem um pouquinho que esse é só mais um mês, talvez estariam, assim como eu, escrevendo um texto motivacional fajuto como esse, pra daqui um mês, se arrependerem amargamente dessas palavras idiotas aqui escritas.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

great times are coming



Hoje o dia amanheceu colorido, feliz, gritando e festejando a vida. Eu acordei cansada, me arrastando, e com calor.
A rua movimentada, cheia de obras. A escola cheia de pessoas que eu odeio, mas que fazem parte da minha rotina.
Uma grande poluição visual, eu diria. Mas hoje, eu simplesmente ignorei. Levantei a cabeça, vestindo uma blusa laranja, e agradeci à Deus por estar viva. Não que estar viva seja algo bom, pois não é. Mas o dia, a luz do sol, o colorido, o barulho, tudo o que me cerca, hoje pedia um brinde.
Não sei dizer porque isso me aconteceu hoje, só sei que estar escrevendo isso não faz meu tipo. Essa alegria comprtilhada, essa calma. Essa não sou eu. Ou talvez seja, talvez seja uma nova eu. Uma eu que agora gosta de homens com barba.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Peso leve



Não sei como pude me enganar por tanto tempo. Pra mim, estava tudo bem, tudo muito bom, em paz, e mal sabia eu que cada vez me deixava levar mais e mais pra baixo. E o pior, por alguém que nunca mereceu nada bom de mim, nem fazia questão de tentar retribuir.
A moral é que nunca devemos fazer algo, esperando retribuição. Eu não fazia, e ainda assim, tentando fazer algo de bom, só recebi tapa na cara. Não me arrependo de nada, cada dia me ensina a sempre confiar em mim e no que julgo ser correto.
Esse foi mais um erro, hoje eu vejo. Vejo o quanto quem via a verdade tentou me dizer, vejo o quanto me afastei de quem eu era, vejo o quanto me sujeitei aos caprichos de uma vida que não era minha. 
Aceitei quieta mais do que deveria, agi como boba mais do que sempre julguei necessário, fiz o bem para quem eu pensava merecer, e hoje estou aqui, olhando pra trás e vendo o quanto eu mudei, desde o dia em que percebi como estava errada.
A paz que sinto hoje, não tem valor que pague. O quanto me sinto leve, descarregada de todo esss energia ruim, essa escuridão que me rondava, não há sorriso que demonstre o suficiente.
A saudade dói, e eu não nego: sinto falta. Mas hoje ela é mínima. Magoou, mas passou. Hoje me sinto leve, em paz, livre do que me puxava pra baixo, clara como o branco ou como a lua, que sempre está presente até nas noites mais sombrias que passamos.

terça-feira, 24 de julho de 2012

idk



Eu leio, leio muito. Certas vezes até demais. Amo ler, desesperadamente. E amo escrever. Mas a parte ruim, é que isso é difícil demais. Vontade não falta, todos os dias. Queria conseguir entrar aqui, nesse espaço, e escrever milhares de linhas por dia, linhas infinitas, assim como a minha vontade. Mas tem aquele vazio, aquela sensação de que não tem nada aqui, dentro de mim, que eu seja capaz de expressar.
Há alguns anos atrás era fácil, qualquer hora do dia ou da noite, estava eu aqui, escrevendo. Poderia ser a pior das histórias, mas eu a tinha. Hoje, venho tentando me entender. Entender pra onde foi, onde se perdeu, em que lugar eu deixei essa capacidade de transformar o que sinto e o que penso em palavras.
Talvez essas linhas que estou escrevendo agora, sentada da minha cama, nem sejam lidas, assim como muitas outras que aqui estão. Isso nunca me importou, e nem me importa agora. A graça muitas vezes não está em ser lida e elogiada, pra mim ela está no simples ato de tocar a mim mesma com minhas próprias palavras. Algumas vezes, pessoas já foram tocadas com elas. Hoje, nem eu consigo mais me ver em companhia das mesmas. 
Pequeno desabafo, e também motivado pela vontade e inspiração de escrever.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Quando um estranho chama

Madrugada de sexta, frio, cobertas, e um sms chega. Tão desnecessário quanto os que nós, juntamente com uns goles de álcool, costumamos enviar. Uma constatação que pra mim, não era novidade. Senti nojo, mas me senti obrigada a responder. Cheguei até a inventar uma mentira (que, quisera eu, fosse verdade). Acho incrível como me afetou, um simples sms. Não que tenha me tocado, que eu tenha sentido saudade ou algo do tipo. Senti apenas raiva, rancor, arrependimento.
Sempre deixei que as pessoas criassem por mim, sentimentos de que nunca fui digna. Pisei em muita gente, sempre fui grossa, sempre deixei que acreditassem só no que eu mostrava de bom, pelo medo de mostrar o que tinha de ruim.
Respondi o sms, na esperança de que não viriam mais em resposta. Tola, eu. Foi realmente pior, não consegui dormir aquela madrugada, com o telefone tocando sem parar.
Talvez a vida esteja certa, em tirar tudo de mim. Esse sms é a prova. Não mereço nada disso, nem o sms ridículo que recebi. Eu sempre estrago tudo, falo demais, tenho atitude de menos.
Mas ninguém se importa, muito menos eu. Vou com o fluxo, e sei que ainda vou receber muitos sms como esse ao longo disso, que costumo chamar de vida. Eu sempre estrago tudo.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Vê se não morre

E eu tô pra dizer uma coisa: tá difícil.
Não que eu quisesse dizer isso, ou escrever esse texto; apenas foi mais forte do que eu.
Mas está aqui, estou aqui. Cansada de reclamar, ainda seguindo conselhos e, decidida a não passar por cima do meu orgulho. Decidi que não vou mais, mas, bom, isso não interessa...
Nos últimos tempos acabei me convencendo de uma coisa (mesmo que uma música já diga isso): o que é nosso ninguém toca! Eu já fiz demais, sem cobrar nem esperar, e ainda assim, bom, não interessa de novo...
Acho que na verdade, nada interessa realmente. Cada um sabe do seu, sabe quando tem que fazer a coisa certa, e o que é essa coisa certa.
Faz falta, mas não mata.
"Whatever will be, will be."


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Por vocês, pra vocês



Eu e minhas amigas temos esse ritual, que chamamos de 'Madrugada Deliciosa'. Nos reunimos na casa de uma de nós, cozinhamos, falamos mal de todas as pessoas possíveis e impossíveis e, quando não temos mais de quem falar mal, falamos mal umas das outras. Revelamos os podres alheios, tocamos nas feridas, muitas vezes já quase fechadas, e discutimos nossas atuais vidas amorosas. Segundo uma delas, é bom estar entre amigas e falar mal das mesmas, pois ninguém sabe das nossas vidas melhor do que nós todas, juntas.
Na nossa última noite, a principal discussão foi: a linha tênue entre o rolo e um possível futuro namoro (e os sentimentos envolvidos nisso tudo).
Depois de longas horas contando fatos, analisando episódios ocorridos e presentes, chegamos, sem muita dificuldade, à conclusão que a graça está no rolo, no antes. Analisamos muito as situações pelas quais todas já passaram (e uma ou outra ainda passa), e concluímos que a sensação de ficar imaginando o que ele está pensando, o que ele sente, a razão de ele ter dito aquilo (ou não ter dito), o motivo dele fazer tanta cena, num dia negar e no outro já deixar transparecer que sente algo, os constantes probleminhas que insistem em aparecer, o drama, ligações, sms que te surpreendem, toda essa história de ~não temos nada mas temos tudo~ é muito mais interessante do que o que pode vir depois.
O depois, pode ser um namoro, um rolo mais sério, ou, nem um nem outro, nunca se sabe. Mas o que pode ser depois, muitas vezes não é tão bom quanto o que se tem antes. A ansiedade, a curiosidade, tudo aquilo que criamos antes é mais interessante do que o namoro que vai ficar sem graça, a rotina, monotonia, ligações na mesma hora, saber que o que ele escreveu foi pra você, que ele está pensando em você, saber que ele não nega mais, enfim. Não digo que concordo com essas conclusões, concordo em partes. Tomara que eu esteja certa.
Após isso, após todas essas discussões sobre nossas atuais vidas amorosas, nós dormimos. E esperamos pela próxima Madrugada Deliciosa, que virá cheia de novidades (e, torcendo para que sejam boas).
Esse texto é um presente para as minhas amigas, e qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

"Falta descobrir a qual desses dois lados convém
Sua tremenda energia para tanto desdém
Ou me odeia descaradamente
Ou disfarçadamente me tem amor"
LINHA TÊNUE - MARIA GADÚ

quarta-feira, 30 de maio de 2012

out


Aí chega aquela hora em que você simplesmente se conforma. Concorda com tudo, aceita tudo, fica quieto, não reclama. Simplesmente não pensa mais no problema. Guarda ele; não esquece, mas guarda. Bem escondido, pra não ter que lidar mais, ou pelo menos, não tão cedo. Se conforma que a vida não vai amanhecer bonita, que o problema não vai se resolver -nem sozinho, nem com ajuda- e que o melhor mesmo é ficar por fora. Alienado, desligado, sem foco.
O foco de nada serve, se analisarmos bem. Só acaba piorando tudo. Nos dá expectativas, ideais, que muitas vezes não seremos capazes de alcançar tão cedo. Por isso eu prefiro assim: calada, esquecida e esquecendo, concordando, aceitando, e tudo, sem reclamar. É mais prático, dá menos dor de cabeça e, mal imaginava eu, é um santo remédio pra toda e qualquer noite mal dormida.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

About us

Andei lendo uns textos antigos, e resolvi dar à eles uma resposta. Dois, em especial, merecem uma resposta. A mesma para ambos.
"Nós" não existe. Eu existo, você existe. Em separado. Nunca deveria haver um nós, pois se torna quase impossível se livrar dele. É passado agora, demorou, mas nos livramos. Me livrei. Te livrei. Ainda lembro, assim como sei que você também. Mas também sei que estou escrevendo para um fantasma que nunca lerá isso. Peço que não tentem entender. Apenas eu penso estar entendendo essas linhas.

domingo, 6 de maio de 2012

Longe de ser uma Barbie

Sei que pertenço ao menor clube de todos, mas ainda assim curto o jeito como me visto. Sou do clube das que acreditam que não é necessário salto alto e maquiagem todo santo dia para estarem lindas. Não que eles sejam totalmente dispensáveis, pois não são. Só não preciso acordar duas horas antes de sair de casa pra vestir a fantasia de princesa, pra me esconder atrás do que não sou. Não que várias moças por aí não sejam. Não princesas, mas aspirantes. Elas são, é o jeito delas. Algumas por gosto, prazer, outras por insegurança, anseio por serem o que suas divas são, anseio pela perfeição. Admito que sim, gosto de me sentir bem vista, de me arrumar, colocar um salto e caprichar na maquiagem de vez em quando, mas conheço meu limite. Prefiro ficar com minhas calças jeans, meu all star, casaco quentinho nos dias frios. Prefiro conforto. Sei quando é necessário optar pela beleza em uma produção, mas juro que, se pudesse, iria em toda e qualquer festa de tênis.
No fundo a verdade é que: eu amo o jeito como me visto. Amo, muitas vezes, me vestir feito um homem, e as vezes parecer uma guriazinha. Amo meu cabelo solto sempre, sem nunca fazer chapinha enlouquecidamente, meu óculos grande, meus tênis de skatista, meus casaquinhos feios, as camisas compradas na seção masculina. Amo a minha falta de vontade pra maquiagem, pelo simples fato de quando eu venho a usá-la, notarem a diferença.
É tudo uma questão de estilo. Esse é o meu. É natural, é como eu gosto de ser, é cem por cento eu. Criticado sim, pela maioria, criticado pelas dependentes do combo vestido curto + salto + maquiagem gritante. Mas admirado também, por quem valoriza a personalidade de quem a tem, de quem sabe quem é, e quem sabe exatamente como se sente bem.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Luz!

Então, parece que um pouquinho da dor está indo. Não tenho uma explicação, eu simplesmente posso sentir. Talvez seja o inverno, com seu vento frio e perfeito, que bagunça meu cabelo, seu sol de comer bergamota, sua luz que faz qualquer um sorrir, mesmo nos dias mais feios e nublados. Eu gosto, particularmente, de acordar no inverno, mesmo que cedo, colocar um casaco bonito, e sair pra ver a luz. Luz essa que está tão em falta na minha vida, que eu tanto procuro, e que sempre acabo encontrando nos meus invernos.
Sinto falta de sorrir, sinto falta de ter vontade de sorrir. Mas eu prefiro aceitar que, por mais que muitos mintam pra si mesmos, e vivam nessa eterna ilusão, a vida não é bonita. A vida não vai me fazer sorrir.
Só eu mesma posso encontrar meu rumo, meus sorrisos, minha luz. Ninguém pode fazer isso por mim. Por isso não deposito esperanças nas pessoas, tenho as minhas verdades, que aos olhos dos outros parecem vagas e infundadas, mas são as minhas verdades, e ninguém tem que tentar tirá-las de mim.
Sempre andei com minhas próprias pernas, encontrando a luz bem lá, no fim do túnel, depois de caminhar muito, mas sempre achei. Talvez eu demore mais um pouco, talvez tenha que tomar mais algumas chuvas, acordar em mais alguns dias nublados, mas faz parte. Os vencedores acreditam, eu tenho certeza. A luz está lá, só me falta, achá-la. Mesmo que ela não seja tão bonita assim.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Pelas curvas da highway

Gostaria de confessar que andei meio perdida, e ainda ando. Estava sem rumo, e ainda estou. Me sentia sozinha, e ainda me sinto. Não conseguia nem escrever, e creio que ainda não consigo muito bem. Sigo na mesma estrada, infinita, que não me leva a lugar nenhum. Talvez por eu tanto desejar isso, esse rumo, esse destino, não sei. Só sei que ele não vem, não chega. Nem em sonho.
A cada dia me sinto mais distante do que eu realmente acreditava ser, um pouco mais perto do que nunca acreditei que poderia me tornar, e cada vez mais e mais longe do que sempre sonhei que seria. Continuo perdida, mas continuo seguindo. Sempre em frente, não importando muito a direção, mesmo querendo muito ter uma. Que escolha tenho eu? Só essa. Ir em frente, sempre. E acreditar.

segunda-feira, 26 de março de 2012

love & truth

Parabéns, mais uma vez, pra minha pequena deusa que está fazendo 25 aninhos. Obrigada por tudo, por cada dia desses anos todos em que a tua voz me guiou, YUI. Obrigada por ser você, por fazer o que você faz, por me trazer alegria a cada acorde do violão, cada letra que você escreve do fundo do teu coração e que parece feita perfeitamente pra mim.
Feliz aniversário, viva lindamente sorrindo o seu dia, mesmo todos eles sendo seus, que aqui de longinho, eu tô sorrindo por você.
Você tá aqui comigo, tatuada no amor e na verdade do meu pulso, e vai ficar pra sempre, assim como no meu coração. Happy birthday to you you ^-^// AISHITERU <3

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Só te olhar dormir



E com certeza, muitas moças por aí se perguntam o motivo de o sexo oposto gostar tanto de nos observar nesse momento tão nosso, tão singelo e tão comum: enquanto dormimos.
Para nós, pode ser apenas um 'sono de beleza', um cochilo ou um descanso merecido. Para eles, é a resposta de todas as dúvidas e perguntas existentes naquelas mentes incapazes de nos compreender. O moço fica ali, a observar, ouvindo sua respiração, a velocidade dos batimentos cardíacos, tentando, erroneamente, arrancar alguma verdade de sua bela.
Outro motivo de tanto apreço pela amada dormindo, é pensar que, enquanto ela dorme, precisa ser defendida, que ela está ali, indefesa, desarmada, e que nesse momento, precisa mais que tudo de seu salvador.
Claro que nós, quando, em meio a uma soneca, abrimos os olhos e avistamos o querido ali, o rosto bem próximo, envolto em devaneios do que poderíamos desejar, detestar ou precisar, abrimos um sorrisinho de canto, fazemos um carinho e ficamos pensando, sem demonstrar: lindo, lindo, lindo.
Eles, por sua vez, ficam nos achando -mais- lindas ainda, com cara de preguiça, cabelo amassado e voz rouca, e continuam tentando descobrir com o que sonhávamos, talvez com eles, e então nos abraçam forte, nos aninham em seu peito com o tipo de frase: 'dorme mais um pouquinho', que é pra ver se no segundo round conseguem, então, nos proteger de nossos monstros e descobrir algum segredinho tão bem escondido em nossas curvas.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

I'm not okay, maybe one day



Não sei por onde começar. É tanta coisa que tem se passado pela minha cabeça nos últimos tempos. Não tenho um rumo, não tenho mais metas, não tenho para onde seguir, me sinto cada dia mais perdida. Falar que tudo vai dar certo é muito fácil, mas nada tem dado certo. Nada.
É como procurar, procurar e procurar, e não encontrar nada. Absolutamente nada. Só vazio. Só precipícios. Só o nada. Não sou movida a sonhos, como muita gente, que se prende à isso pra esquecer que não tem capacidade para realizá-los. Eu sempre tive ideais, metas. Mas hoje isso não existe mais. Eu não vejo nada. Não tenho vontade de seguir, de procurar. Já passei por muito pra chegar até aqui, já senti muito do que é a dor. Já fiquei assim, sem rumo, mas nada se compara com o agora, em que o mundo exige o melhor de mim. O mundo exige que eu seja perfeita, que eu responda que está tudo bem mesmo quando não está. Mas essa não sou eu. Não está tudo bem, e eu não vou mentir que está.
Me sinto como uma mentira. E devo mesmo ser uma. Por onde eu ando, me chamam de sonhadora, me dizem pra manter os pés nos chão. Mas o detalhe é: eu não sonho. Eles pensam assim, pois talvez seja o que eu deixo parecer, mesmo. Mas ninguém nunca entendeu o que eu sempre tentei mostrar. Hoje eu tento mostrar que estou quebrada, vazia, sem nada pra me guiar. Não, eu não preciso de uma mão pra me levantar, porque isso eu já tive, e não foi o suficiente. Sempre fui independente e vai continuar sendo assim. Quando eu conseguir levantar, vai ser por mim mesma, vai ser pelas minhas metas que atualmente estão bem longe daqui.
Mas por enquanto, eu só quero um pouquinho de paz, algumas -muitas- respostas e uma noite de sono sem pesadelos. Quero que a insônia me largue, e que algo de bom me encontre. Algo que me leve pra bem longe daqui, pra onde eu possa encontrar algo que me faça sentir plena, completa, como não tenho sentido há muito.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Comece como pretende continuar.

Sushi, pag 65

E de repente, uma frase fez todo o sentido. Quem consegue manter sempre o ritmo? Nunca se perder? Nunca desistir? Ninguém.
É impossível pensar em como vai ser depois, quando se começa algo. Ninguém faz planos a longo prazo, ninguém pensa nas consequências, e quando essas surgem, quebram a cara, reclamam pelo leite derramado, dizem que a vida não vale de nada. Mas qual o sentido?

Se tivesse pensado nisso antes, talvez tivesse sido fácil. Mas não pensou, não fez os planos, nem sequer imaginou que poderia dar errado.
Isso é humanamene impossível, eu digo, pensar nas consequências. Só se pensa no momento ali presente. No quanto é bom estar ali, sentir o calor, viver, intensamente viver. Então, tempos depois, não é apenas você que vai se ferir, todos ao redor também vão. É o que diz a lógica, e a lógica não é justa.
Então, arrependimento. Dor, culpa, vergonha. E vem aquela velha história de 'todo dia é um novo início', mas de que adianta?

Recomeçar pode parecer fácil, mas não é. Exige vontade, força, determinação. Sozinha parece impossível, acompanhado, então. É quase como escalar uma montanha. Portanto, eu mesma não sigo mais meu exemplo. E digo o mesmo à você. Pense muito antes de começar, pois muitas vezes, o caminho é sem volta.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Alone I can

Eis que minha mãe, ontem, na soleira da porta, me pergunta: veio sozinha?, e eu respondo: sim, sozinha, porque sempre foi assim, e assim é melhor.
Vim pra casa sozinha, olhei Friends sozinha, pensei sozinha, e mais uma vez percebi, que sim, eu sou bem melhor sozinha. Cresci assim, e foi assim que -não- aprendi. Eu erro, muito, igual a todo mundo. Mas eu me corrijo, me reconstruo, junto meus pedaços. Sempre sozinha.
Não sei quantas vezes já disse que 'sou minha demais, pra ser de alguém', e é isso. Não dá, não consigo. Dividir minha vida com alguém é demais pra mim. É pesado. É isso.
Só consigo se for sozinha. Só sou forte se for sozinha. É como se dividir minhas forças com alguém me destruísse. Dói demais, acaba comigo.
Falta eu, se tiver mais alguém.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Intrínseco

Costumam me dizer que eu falo da minha alma. Que escrevo tão intensamente que é impossível não notar que é sempre sobre mim que falo.
Então, vem um balde de água fria dizendo: você fala demais. Aí, então, reflito: deixo de falar, passo a falar menos ou fico do jeito que estou? n.d.a.
Quando falo, ninguém ouve. Me chamam de louca, de maldosa, de irônica (o que não deixa de ser verdade), me culpam, criticam, julgam. Me fazem sentir a pior pessoa do mundo, mas nunca entendem. Nunca entendem que cada ser tem uma forma natural de se expressar, se defender e de se esconder. Eu me escondo nas palavras. A vida sempre foi tão cruel comigo, que não vejo jeito mais sutil de -não- mostrar essa dor, do que com palavras.
Claro que sei, verdadeiramente, que falar não resolve nada. Alivia, sim. Mas nunca resolve. A dor continua ali, escondida, presa, em um lugar onde nenhuma palavra é capaz de chegar. Palavras são vazias, dispensáveis, mas o que seríamos nós, sem elas? Tão vazios e dispensáveis quanto as mesmas.